sábado, 28 de março de 2015

UMA CARTA PARA VINCENT

Processo criativo No processo de criação do espetáculo buscou-se estabelecer uma relação entre estado cênico, ficção e autobiografia. No ano de 2006, a atriz Dayane Lacerda teve contato com a obra do pintor Vincent van Gogh, sua biografia, quadros e cartas lhe despertaram a percepção de uma obra única, mesmo sendo fruídos separadamente. A vida do pintor, suas cartas e quadros apresentavam-se diretamente interligados, tornando-se inseparáveis. Vida e obra intimamente conectadas, a obra contaminando a vida e deixando-se embebedar por ela, “quero pintar o que sinto e sentir o que pinto” (Van Gogh, 2012, p.27). A questão inicial, que impulsionou o desejo de criação, buscou compreender por que a vida-pintura de Van Gogh afetavam-se reciprocamente, tornando ambas, simultaneamente, causa e consequência uma da outra. O pintor não só deixou-se tocar por sua pintura como fez dela um artefato arraigado a suas percepções e experiências pessoais. Nos últimos anos a Cia Quinta Marcha veio se interessando pelas obras de vários artistas na qual vida e trabalho poderiam ser considerados como elementos de uma mesma substância, dentre eles: Frida Kahlo (1907-1954), Louise Bourgeois (1911-2010), Florbela Espanca (1894-1930), Sylvia Plath (1932-1963), Sarah Kane (1971-1999), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), Marina Abramovic (1946), Camille Claudel (1864-1943), Ana Cristina César (1952-1983) etc. Todos esses artistas apresentam características claras de trabalhos extremamente autobiográficos, e de uma subjetividade que emerge com clareza em suas obras. "Uma carta para Vincent" tenta borrar os limites entre ficção e realidade, contaminando a imaginação de realidade, a realidade de delírios e os delírios de verdades sinceras e inventadas. Esse trabalho foi desenvolvido, inicialmente, na Universidade Federal de Minas Gerais, em 2014, como trabalho de conclusão de curso de Dayane Lacerda, com orientação da artista pesquisadora Mônica Ribeiro. Posteriormente, os artistas envolvidos na criação, decidiram dar continuidade ao trabalho, desenvolvendo novas possibilidades e caminhos ao espetáculo. A Companhia – trajetória A Cia. Quinta Marcha surgiu em 2011, no Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto (BH/MG), com a cena "Sobreviventes" dirigida pelo grupo Primeira Campainha (Marina Arthuzzi, Marina Viana e Mariana Blanco) e com atuação de Rafael Lucas e Dayane Lacerda. A cena foi a mais votada do festival, viajando, a convite do Galpão Cine Horto, para Goiânia, onde se apresentou juntamente com outras cenas mineiras. Posteriormente o grupo se apresentou no festival de cenas curtas de Cabo Frio/RJ onde foi vencedora dos prêmios de melhor atriz, melhor direção e melhor cena. No mesmo ano o grupo se apresentou no festival de esquetes Elbe de Holanda, Ilha do Governador/RJ onde foi vencedora dos prêmios de melhor cena, melhor direção e melhor ator. No ano seguinte o grupo participou do festival de cenas de Três Rios/RJ e ganhou os prêmios de melhor cena, melhor direção e melhor atriz, e no festival de Niterói o grupo ganhou o segundo lugar de melhor cena curta. Nesse mesmo ano o grupo preparou a estreia do espetáculo "Sobre-viventes: reeditados e dispersos" em Dourados/MS. Em seu primeiro espetáculo a Quinta Marcha contou com direção, novamente, do grupo Primeira Campainha. Em 2014 estreou o espetáculo "Se essa rua fosse minha" com direção de Juliana Pautilla e atuação de Denise Lopes Leal. Em 2015 estreia “Uma carta para Vincent”, no Festival de Curitiba – Fringe. Todos os diretores/parceiros que trabalham ou já trabalharam com a Cia Quinta Marcha tem como principal característica o fato de já terem trabalhado ou, estarem trabalhando, com elementos autobiográficos no processo criativo do ator. Ficha artística CONCEPÇÃO, DRAMATURGIA E ATUAÇÃO: Dayane Lacerda DIREÇÃO e ORIENTAÇÃO DRAMATÚRGICA: Odilon Esteves PROJEÇÃO: Fabiano Lana ILUMINAÇÃO: Marina Arthuzzi FIGURINO: Mariana Blanco e Mariana Teixeira ARTE GRÁFICA: Nina Aragón PRODUÇÃO: Denise Leal REALIZAÇÃO: Cia. Quinta Marcha

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